[:pb]INVESTIGAÇÃO SOBRE O PAPEL DOS ANTÍGENOS PARASITÁRIOS NA PATOGENIA DA MIOCARDITE CRÔNICA EM CAMUNDONGOS INFECTADOS PELO TRYPANOSOMA CRUZI: A IMPORTÂNCIA DAS CÉLULAS DENTRÍTICAS INTERSTICIAIS DO MIOCÁRDIO[:]

[:pb]Resumo: A doença de Chagas, evolui em diferentes fases: aguda, com sintomas gerais e comprometimento cardíaco devido ao parasitismo pelo T. cruzi, das miocélulas cardíacas e sua rotura o que determina intenso miocardite, pela presença dos parasitos e por mecanismos imunes. Após a fase aguda, os pacientes passam a uma forma indeterminada com escassos parasitos e lesões miocárdicas focais e discretas. Os pacientes na forma indeterminada, em 40% dos casos, evoluem para uma forma crônica cardíaca. Nesta forma, os parasitos são raros nas miocélulas cardíacas, porém uma miocardite crônica difusa e fibrosante se instala, evoluindo para a insuficiência cardíaca e o óbito. A patogenia das lesões cardíacas é controvertida, sendo atribuída ao parasito o papel de estimular a resposta imune ou a um mecanismo de autoimunidade. No presente trabalho, utilizando-se o modelo do camundongo, procura-se investigar o papel dos antígenos parasitários na manutenção das lesões da fase crônica da infecção pelo T. cruzi, pela pesquisa de parasitos e de antígenos parasitários em focos inflamatórios ou pela demonstração de antígenos seqüestrados e expressos na membrana de células dendríticas intersticiais do miocárdio (CDIs), pela marcação in situ, por métodos imunohistoquimicos, utilizando anticorpo anti-T.cruzi. Em camundongos cronicamente infectados, tratados com quimioterápico específico, as lesões histopatológicas regridem, permanecendo, entretanto processo inflamatório residual. Foi desenvolvida uma investigação, com o objetivo de esclarecer, em camundongos cronicamente infectados, tratados e não tratados com o Benzonidazol, a presença de parasitos ou de seus antígenos , em focos de destruição de miocélulas parasitadas ou capturadas por CDIs , e a sua relação com a persistência de infiltrados inflamatórios residuais no coração. Foram utilizados camundongos Suíços infectados com a cepa Colombiana (resistentes ao Benzonidazol) ou com um clone da 21SF (susceptível) tratados na fase crônica a partir de 90 e 120 dias de infecção durante 90 dias. O inóculo para ambos os Grupos experimentais foi de 104 formas saguícolas do T. cruzi por via intraperitoneal. Os camundongos tratados foram sacrificados 150 ou 200 dias após o tratamento, juntamente com os controles não tratados. Foram realizados os testes de cura (parasitemia, subinoculação em camundongos recém-nascidos, hemocultura, sorologia). Secções de coração e de músculo esquelético foram fixadas e processadas para estudo histopatológico em secções coradas pela Hematoxilina e Eosina ou pelo método do Picro-Sirius para colágeno e para imunohistoquímica com anticorpos anti-T. cruzi e anti-MAC . Os resultados mostraram na infecção crônica pela cepa Colombiana lesões inflamatórias, moderadas a intensas, com necrose de miocélulas cardíacas e infiltrados mononucleares e fibrose intersticial difusa e focal. Nos tratados, houve regressão parcial das lesões permanecendo infiltrados inflamatórios residuais que variaram de discretos a moderadas e sinais de regressão da fibrose. Na infecção crônica pelo clone 21SF C3 havia miocardite crônica difusa discreta ou moderada na maioria dos casos. Nos tratados, houve decréscimo das lesões inflamatórias, com sinais de regressão da fibrose. Testes imunohistoquimicos com anticorpos anti-T.cruzi revelaram detritos parasitários positivos em focos inflamatórios. As CDIs do miocárdio apresentaram em todos os casos, marcação positiva para antígeno do T. cruzi, comprovando o papel das células apresentadoras de antígenos na manutenção das lesões na fase crônica da infecção. Palavras-chave: Orientador: Financiador: Defesa: Banca examinadora: [:]