[:pb]APOPTOSE NA LEISHMANIOSE EXPERIMENTAL MURINA: O MODELO DO CAMUNDONGO CBA[:]
[:pb]Resumo:
Apoptose é um tipo de morte celular geneticamente regulada, com características morfológicas e bioquímicas específicas, essencial na organogênese e na manutenção da homeostase do organismo. Este evento celular também está envolvido na patogênese de diferentes doenças. Nas doenças parasitárias, como na doença de Chagas, tem sido demonstrado a importância deste evento para o estabelecimento da infecção pelo Trypanosoma cruzi. Na leishmaniose poucos trabalhos tem investigado a participação da apoptose nos mecanismos de resistência e susceptibilidade desta doença. Nós avaliamos a ocorrência deste evento no modelo de leishmaniose murino, utilizando camundongos isogênicos CBA infectados com L. amazonensis, para as quais são susceptíveis, ou L. major, para as quais são resistentes. Diferente de outros modelos que utilizam camundongos com background genético distintos, este modelo permite apontar para fatores relacionados ao parasito que possam estar determinando o padrão de resposta. Foram utilizadas diferentes técnicas para a detecção da apoptose em diferentes fases deste processo. Células do linfonodo de drenagem foram avaliadas no intervalo de 7 a 42 dias de infecção. Nós observamos através da contagem com a coloração de azul de tripan, que houve um aumento no número de células mortas nos linfonodos dos animais infectados com L. amazonensis, porém em relação ao número de células totais, o percentual de células mortas foi semelhante entre os dois grupos. Através da análise na citometria de fluxo com marcação com anexina-V, verificou baixa frequência de células apoptóticas, tanto em células totais como em linfócitos T CD4+ e TCD8+. Porém, verificou-se uma diminuição na frequência de células CD4+ nos animais infectados. A análise in situ através da marcação com a técnica de TUNEL, observou-se com 7 dias um maior número de células apoptóticas nos animais infectados com L.major e com 21 dias um maior número de células em apoptose nos animais infectados com L. amazonensis, no 42º dia não houve diferenças entre os grupos. Na microscopia eletrônica foram evidenciados os aspectos típicos de apoptose nos dois grupos, sendo que foram observados com mais frequência macrófagos com corpos apoptóticos nos linfonodos dos animais infectados com L. amazonensis no 42º dia. A análise histopatológica mostra aumento no número de macrófagos com 42 º dia nos animais infectados com L. amazonensis. Os dados apresentados mostram diferenças na cinética e na frequência da ocorrência de apoptose na resposta de resistência e de susceptibilidade.
Palavras-chave: Leishmaniose; Camundongo isogênico;Apoptose; Leishmania amazonensis; Leishmania major
Orientador: Luiz Antonio Rodrigues de Freitas
Disponível em: http://www.bahia.fiocruz.br/igmdisc/?id=HC0DaZjz3TSL1k5
Defesa: 01/04/2003
Banca examinadora:
Roque Pacheco de Almeida
Johan Van Weyenbergh
Luiz A. R. de Freitas[:]